A sensibilidade dentária é um problema comum. Todos nós, em algum momento da nossa vida, já sentimos aquele friozinho nos dentes ao beber uma água bem fresca. Ou até mesmo um arrepio nos dentes todos quando trincamos um gelado. A isto chama-se sensibilidade dentária, o tema que abordamos hoje no nosso blog.
Como é constituído o dente?
O dente é um órgão vivo composto por várias camadas. Assim sendo, na sua camada interna, temos o “coração”, denominado de polpa. Trata-se da parte mais mole, formada por nervos, artérias e veias. Estes são responsáveis por manter o dente nutrido e pela sua sensibilidade, não só a estímulos térmicos, mas também táteis.
A revestir esta zona encontra-se a dentina. Em causa está a camada mais extensa do dente, pois circunda toda a polpa, tanto na coroa como na raiz. É formada por milhares de túbulos dentinários. No interior destes túbulos, encontramos extensões celulares, responsáveis por comunicar diretamente com a polpa dentária, conduzindo os estímulos externos. A dentina é uma estrutura mais dura do que a polpa. Contudo, é mais mole do que a restante composição do dente.
A camada mais externa é, por sua vez, formada por duas estruturas: o esmalte e o cemento. O esmalte é a camada branca, mais dura, que reveste o dente na parte da coroa (porção visível acima da linha da gengiva). É a estrutura mais resistente do nosso corpo. O cemento é a camada que reveste a dentina ao nível da raiz do dente.
Quando a dentição é completamente saudável, não há exposição de dentina. Nesse sentido, podemos beber e comer alimentos gelados sem que nos causem dor. No entanto, em algumas situações, a dentina pode encontrar-se exposta e provocar sensibilidade dentária. Falamos, neste caso, de uma reação do dente a um estímulo, o que provoca dor/desconforto.
Quando é que o dente se encontra mais sensível?
São várias as situações que podem provocar sensibilidade dentária. As mais frequentes são a cárie e a exposição radicular.
Quando um dente se encontra cariado, é possível verificar que a camada de esmalte está danificada. Ao haver desmineralização do esmalte, dá-se a exposição da dentina. Com isto, estímulos externos, nomeadamente o frio, são conduzidos à polpa do dente, tornando-o sensível.
Outras situações, como por exemplo gengivites, periodontites ou más técnicas de escovagem, podem provocar recessões da gengiva. Consequentemente, dá-se a exposição da raiz do dente.
A sensibilidade dentária surge, às vezes, associada apenas à hiperreação do dente ao frio. Contudo, pode considerar-se que ocorre quando estímulos (tais como calor, doce, ácido e toque) provocam desconforto ou até mesmo dor.
Como tratar a sensibilidade dentária?
Antes de saber como tratar qualquer patologia oral, é importante conhecer a sua causa. Portanto, a visita ao Médico Dentista deve ser o primeiro passo.
O correto diagnóstico é fundamental para um tratamento bem-sucedido. Assim sendo, se a origem da sensibilidade dentária é uma cárie, o procedimento passa pela mão do Médico Dentista. Este irá remover o tecido cariado e reconstruir a camada danificada através de uma restauração. Quando a cárie é de tal modo extensa que atinge a polpa, uma simples restauração não é suficiente, pelo que se torna necessária a desvitalização.
Se, pelo contrário, a origem da sensibilidade está na recessão da gengiva, é importante determinar a causa do problema. Uma incorreta escovagem, a má oclusão dentária ou até mesmo a utilização de aparelho ortodôntico são fatores que podem levar a gengiva a regredir. Como consequência, verifica-se exposição radicular e, por conseguinte, aumento da sensibilidade. Para além de medidas corretivas (se possível), o tratamento pode ser feito através de um enxerto de gengiva para recobrir a zona da raiz que se encontra exposta.
Uma dieta rica em alimentos ácidos e/ou bebidas gaseificadas e problemas de saúde, tais como bulimia e refluxo gastroesofágico, podem levar à erosão do esmalte. Esta, por sua vez, faz com que haja exposição da dentina e dos túbulos dentinários e, portanto, aumento da sensibilidade. O ideal nestes casos é escovar os dentes com pastas fluoretadas (acima de 1350 ppm), próprias para a sensibilidade dentária.
Prevenir para evitar problemas de saúde oral
Em suma, como em quase tudo, o melhor tratamento da sensibilidade dentária deverá ser a prevenção. Uma combinação de visitas regulares ao Médico Dentista e uso de pastas adequadas, aliada a uma correta técnica de escovagem, é a chave para prevenir o aparecimento de cáries e recessões gengivais.
Quando a sensibilidade se torna de tal maneira desconfortável/insuportável, o seu Médico Dentista pode recomendar-lhe a desvitalização do dente. Contudo, este tratamento deve ser encarado como último recurso. Portanto, devem ser esgotadas todas as opções de tratamento menos invasivas antes deste passo.
Sente ou já sentiu um arrepiozinho de frio nos dentes? A ingestão de certo tipo de alimentos provoca-lhe algum desconforto? Então, não hesite em agendar uma consulta com o seu Médico Dentista. Na Orto-M, temos uma equipa de profissionais prontos a ajudá-lo.